Aquecimento global: que contornos?

No passado dia 5 de Junho celebrou-se o dia Mundial do Ambiente. Nesta data todos apontaram a importância de cuidarmos da nossa casa, o Planeta Azul. Parece que cada vez mais todos nós nos preocupamos com as causas ambientais, mas estaremos a zelar o suficiente para deixarmos uma casa acolhedora às gerações vindouras?

O rápido fenómeno do aquecimento global é considerado por muitos como um dos nossos maiores problemas ambientais a nível mundial.

De acordo com Colin Baird, os cientistas através dos modelos matemáticos que simulam o clima, concluíram que o aquecimento global decorre desde 1860, sendo que a temperatura média do ar já aumentou desde essa data e pensa-se que cerca de 2/3 de graus Celsius se devem precisamente ao aquecimento devido aos gases que provocam o efeito de estufa, e que são os responsáveis pelo aquecimento global. (Garcia; 2004)

De acordo com os cientistas, a Terra tem um ciclo natural de conservação de energia, sendo que a quantidade de energia captada deve ser igual à emitida pela Terra. Com a intervenção do Homem este equilíbrio modifica-se, provocando um maior aquecimento do planeta. Esse desequilíbrio deve-se a uma grande quantidade de emissão de gases de efeito de estufa, ou seja, de gases que têm a faculdade de permitir a passagem dos raios solares, no sentido de cima para baixo, e de reter o calor depois irradiado pela superfície da Terra, de baixo para cima. Estes gases são o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso.

As actividades humanas intervêm no processo natural do efeito de estufa, através da produção de grandes quantidades destes três gases existentes na natureza, assim como com a invenção de outros três: hidrofluorcarbonetos, perfluorcarbonetos e hexafluoreto de enxofre. (Garcia; 2004:115) O conjunto destes gases vai envolver a superfície terrestre aumentando o efeito de estufa, formando uma espécie de cobertor em torno da Terra, contribuindo assim para um maior aquecimento do planeta.

Mas de que modo as actividades humanas intervêm neste processo?

A queima de combustíveis como o petróleo, o carvão, o gás, a destruição de florestas liberta grandes quantidades de carbono, desequilibrando o ciclo natural do mesmo. O metano é produzido maioritariamente através da agricultura, da pecuária, das fugas processadas na extracção e distribuição dos combustíveis fósseis, dos depósitos de lixo e do tratamento de esgotos. Já o aumento de óxido nitroso, deve-se aos processos de combustão, ao uso de fertilizantes na agricultura e na gestão de resíduos na pecuária. Os hidrofluorcarbonetos e os perfluorcarbonetos decorrem de fins industriais.

Os elevados níveis de metano e óxido nitroso, devem-se maioritariamente às actividades ligadas à criação de animais para consumo humano. A este propósito, o Mestre DeRose citou no seu blog (http://www.uni-yoga.org/blogdoderose/) um estudo de 2006 publicado pela Revista Época, que demonstra que cerca de 32% da poluição da atmosfera se deve precisamente à criação de ruminantes e do seu esterco. Ou seja, a produção de carne para consumo está a prejudicar o Planeta de forma vertiginosa!

A temática das alterações climáticas começou a ser debatida publicamente no final dos anos 80, quando se deixou sair do círculo académico algumas informações. Eventos como a Cimeira da Terra e o Protocolo de Quioto destacaram-se na mesa de debate dos media, onde os governantes de vários países se comprometeram a lutar pela preservação do ambiente. Contudo, questiono: não será esta uma tarefa de todos nós? Vamos ficar sentados à espera que ocorram as catástrofes previstas caso não se alterem as nossas práticas face ao ambiente?

Os cientistas prevêm um consecutivo aumento da temperatura da Terra, o que terá várias implicações. O nível do mar poderá subir entre 9 e 88 centímetros até 2100, devido à dilatação dos oceanos e ao derretimento de glaciares e calotas polares. Os dias passarão a ser mais quentes e as secas serão uma maior ameaça. Também se esperam modificações a nível dos ecossistemas, nomeadamente a perda de áreas florestais em algumas regiões e o surgimento noutras. A produtividade agrícola também vai sofrer alterações, o que poderá aumentar o risco de fome em algumas áreas do globo. De igual modo se verificarão impactos na saúde dos indivíduos, onde as doenças cardio-respiratórias sofrerão um aumento significativo. (Garcia; 2004:119)

Relembro que no documentário Home, da autoria do realizador francês Yan Arthhus- Bertrand, comenta-se que a grande maioria destes estudos apresenta resultados por defeito, ou seja, a realidade é mais grave do que aquela que é apontada.

Perante este cenário é urgente reflectir sobre estas questões mas sobretudo, é urgente agir! É urgente preservar o pôr-do-sol que todos amamos! Cuidar das longas paisagens verdejantes onde perdemos o olhar!
Neste sentido deixo-vos aqui um desafio: que cada um de nós pense num pequeno gesto que possa fazer a diferença, e que o partilhe aqui no blog. A minha sugestão é a eliminação do consumo de carnes. E as vossas?

Andrea Miguel Freitas

2 comentários:

Pedro Garcia disse...

Olá, Olá! Em primeiro lugar devo dizer que gostei muito deste post, em segundo que comprei o Dvd Home e que seria muito giro haver um cinegourmet onde o pudessemos passar, e talvez como foi sugerido no blog do Mestre, ser um cinegourmet pelo ambiente á escala mundial, ou seja, todas as unidades fazerem-no ao mesmo tempo. Por ultimo, e como não podia deixar de ser, a minha sugestão é: deixem o carro em casa e andem de bicicleta :)
Beijos e abraços para todos.
Pedro Garcia

Carlos Cunha disse...

Parabéns pelo post :-) Gostei também muito da ideia de podermos passar o DvD Home num cinegourmet especial :)
Beijos e Abraços